I - Eu, que moro aqui

Na proposta "Desenho Cego - autorretrato no espelho", realizei uma série de 10 autorretratos, olhando para a minha própria imagem refletida. O traço foi se soltando, à medida que todos os desenhos foram sendo feitos com uma linha contínua. Como já é uma prática que realizo há um certo tempo, foi quase natural deixar o traço percorrer o papel, em um exercício potente de me observar e me emocionar, olhando para dentro e não apenas para a minha imagem refletida no espelho. Apesar de o autorretrato ser um procedimento já firmado na arte, não busco adaptá-lo às estruturas da retratística tradicional. A obra de Anna Bella Geiger serviu de inspiração, por trabalhar com "a instrumentalização irônica da própria imagem para a produção de obras que desmentem aquele respeito inicial" (CHIARELLI, 2020), ao que é determinado pela tradição - respeito esse ser que vai se desmanchando por meio da repetição do desenho.

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CHIARELLI, Tadeu. A obra de Anna Bella Geiger e o colapso do autorretrato tradicional, 2020. Disponível em: <https://artebrasileiros.com.br/opiniao/conversa-de-barr/a-obra-de-anna-bella-geiger-e-o-colapso-do-autorretrato-tradicional/>. Acesso em: 27 abr. 2022.